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Documento acondicionado na Cx. 04/SAR
No início do século XX, Reguengos de Monsaraz era uma típica povoação do interior do Alentejo, dominada pelo grande latifúndio, com grandes casas agrícolas que absorviam a maior percentagem de mão-de-obra não qualificada e que, por inerência, sofria grandes crises de trabalho por este ser principalmente sazonal. A doença, a fome, a miséria eram os companheiros quotidianos desta “massa populacional”. A vila foi crescendo e aqui se fixaram, desde muito cedo, muitos beirões atraídos pela riqueza das terras e pelas fortes condições de desenvolvimento futuro, criando actividades de apoio à agricultura como abegões, ferradores, correeiros, carpinteiros, ferreiros, fundidores, entre outros, além das “artes artesanais” de origem lanífera (mantas, saragoças), tratamento de metais como o cobre, o zinco e o ferro e o despontar de pequenas indústrias e obviamente de comércio. Mais tarde, a criação de serviços estatais como o Correio, as Finanças, o Tribunal, as Escolas, o Hospital, casas comerciais que, gerando emprego e fixação local, deram lugar ao ressurgimento de uma classe média constituída por funcionários, caixeiros, pequenos e médios empresários e agricultores, pedreiros, pintores, mecânicos, sapateiros, carpinteiros… Foi desta classe média que nasceu a Sociedade Artística Reguenguense, sobretudo dos artesãos ligados à metalurgia de grande importância e influência na economia da região. O nome primitivo era “Sol e Dó Artístico” e fizeram as suas primeiras reuniões para a criação desta Sociedade na adega do “Ai Ai”. Podemos deduzir que o nome Artística terá origem nos seus fundadores, por estarem ligados aos ofícios (artes) artesanais e que mais tarde deram origem a pequenas indústrias. Estatísticas das profissões dos primeiros sócios (esta classe social era distinta da classe rural), mostram que já usufruíam de um estatuto mais elevado e diferenciado. De Recreio porque tinha o objectivo de reunir todos os seus associados nos dias festivos numa sede onde podiam disfrutar do convívio, de distracções e diversões lícitas. De Instrução porque nos Estatutos estavam implícitos fins culturais com a educação e a manutenção obrigatória de uma Escola do Ensino Primário numa das salas da sua sede destinada aos seus associados e um professor contratado pela Sociedade, a criação de uma Biblioteca e outras actividades socioculturais. De Beneficência com a formação de uma Instituição para ajuda e protecção dos sócios mais carenciados.
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Termo de abertura: “Este livro tem cinquenta folhas de trinta e cinco linhas numeradas e por mim devidamente rubricadas, servindo para nele ser registada toda a correspondência respeitante às deliberações tomadas pela Comissão que trata o n.º 24 do artigo 26 a que se referem os estatutos desta Sociedade. Aos 26 de Junho de 1929. O Presidente António Ramalho Godinho ”.
Termo de encerramento: Não tem.
De acordo com a legislação em vigor.
A documentação encontra-se disponível na sede da Sociedade Artística Reguenguense.
De acordo com os estatutos em vigor da colectividade.