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Nesta secção colocámos as imagens das figuras reguenguenses que mais se destacaram em diversas áreas, como a politica, a ciência, a história, as letras, as artes, passando também pelas actividades económicas, agrícolas e industriais.
De acordo com a legislação em vigor.
Descrito por Duarte Galhós.
Acesso limitado apenas à cópia digital.
Documentos inacessíveis para reprodução em fotocópia.
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Série que integra as imagens das maiores figuras políticas da história do concelho de Reguengos de Monsaraz.
De acordo com a legislação em vigor.
Descrito por Duarte Galhós
Acesso limitado à cópia digital.
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Natural de Reguengos de Monsaraz, nasceu a 28 de Dezembro de 1818. Filho de Joaquim Romão Mendes Papança e de Maria José Fernandes Papança. Neto paterno de José Mendes Papança e de Maria Jacinta Cordeira. Neto materno de António José Fernandes e de Catarina Antónia Rosada Alves.
Casou em 5/9/1843 com Genoveva Angélica Godinho Perdigão (nasceu a 24/3/1824, filha de Inácio José Godinho Perdigão e de Maria Inácia), não tendo deixado descendentes directos. Após a morte da mulher em 5/12/1846, casou em segundas núcpias, no dia 29/7/1847, com a cunhada Inácia Rosa Perdigão (nasceu a 22/9/1821 e faleceu em 25/6/1892, com 72 anos); não tiveram filhos.
Irmãos: José Mendes Papança, António José Fernandes Mendes Papança, Joaquim Romão Mendes Papança Júnior, Maria Jacinta Cordeiro Papança Rojão e Francisco Rodrigues Cordeiro Papança.
Frequentou a Universidade de Coimbra em 1838, tendo-se matriculado nas disciplinas de Matemática e de Filosofia, não logrando concluir qualquer formatura, devido não só às convulsões políticas que se viviam na altura como ao falecimento prematuro do seu pai. Residente em Reguengos, Manuel Papança tinha no Monte do Barrocal o centro da sua actividade agrícola.
Depois de ter sido administrador do concelho em 1846, foi eleito para a Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz em 1851, logo após a transferência definitiva da sede de concelho de Monsaraz para Reguengos. A partir daqui e durante 20 anos (com um interregno em 1866-1867 e em 1872-1875) exerceu o cargo de forma exemplar. Depois de pagar 5:110$275 réis de terças à Fazenda Nacional, dois contos de réis ao Cofre Geral dos Expostos do Distrito e um conto e trezentos mil réis a empregados municipais (dívidas acumuladas pela Câmara), lançou uma verdadeira política de beneficiação de Reguengos:
calcetamento de ruas e largos, construção do cemitério (1865), construção do edifício dos Paços do Concelho (1869), construção dos edifícios das Escolas Primárias com salas para ambos os sexos (onde actualmente se situam os correios), abertura de poços para abastecimento público, construção de estradas e caminhos, fundação do Hospital e da Santa Casa da Misericórdia e construção dos respectivos edifícios.
Em comissão com outros indivíduos comprou terrenos à Casa de Bragança e dividiu-os em courelas, o que deu origem ao plantio de um milhão de cepas e ao consequente desenvolvimento em larga escala da produção vinícola.
Fundou o primeiro asilo para inválidos em Reguengos, cujas instalações funcionavam na sua Quinta Nova.
Foi também presidente da Junta de Paróquia de Santo António de Reguengos.
Faleceu em Coimbra a 13 de Outubro de 1886 (ver acta de 18/10/1886). Deixou testamento no qual, de entre vários legados, se destacou um, o mais importante, de catorze contos para a construção da nova Igreja Matriz de Reguengos de Monsaraz.
[D.G.]
De acordo com a legislação em vigor.
Descrito por Duarte Galhós
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Natural de Reguengos, nasceu a 21/8/1869, filho de Joaquim Filipe Piteira Fernandes e de Maria José de Sousa Faria e Melo Fernandes. Neto paterno de António Jacinto Piteira Fernandes e de Maria Luísa Godinho Fernandes. Neto materno de Luís de Sousa Faria e Melo e de Maria Inácia Fernandes de Sousa.
Irmãos: Maria Angélica Sousa Fernandes, Maria Inácia Sousa Fernandes, Maria Luísa Sousa Fernandes e Maria Teresa Fernandes de Sousa e Melo
Casou em Mourão com Maria do Carmo Rosado Fernandes, filha de Marcos Gomes de Vasconcelos Rosado e de Maria Antónia Rojão de Vasconcelos Rosado.
Proprietário.
Foi Governador Civil de Lisboa após Dezembro de 1917.
Deputado na Nação em várias legislaturas.
Foi testamenteiro político de Sidónio Pais.
Presidente da Câmara de Reguengos entre Agosto de 1912 e Janeiro de 1913.
Presidente da Comissão concelhia da União Nacional.
[D.G.]
De acordo com a legislação em vigor.
Descrito por Duarte Galhós
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Nasceu em 1871 e faleceu em 1955 com 83 anos. Filho de Domingos Rosado da Silva Gião e de Angélica Teodora Fernandes Gião (natural de Portel). Neto paterno de Domingos Rosado Gião e de Francisca Joana da Silva Rico. Neto materno de Francisco Piteira Fernandes e de Margarida Piteira Fernandes. Foi padrinho de baptismo Manuel Augusto Mendes Papança.
Irmãos: Armando Augusto Fernandes Gião e Manuel Rosado Fernandes Gião.
Casou com Mariana Caeiro Correia Gião, natural de Reguengos, filha de Luís Manuel Correia e de Maria Rosado Caeiro.
Tiveram dois filhos:
- Guilherme Correia Gião, nascido a 25/4/1902
- Ricardo Correia Gião, nascido a 8/6/1895
Benemérito da Santa Casa da Misericórdia de Reguengos.
Em 1895 foi nomeado Engenheiro da 4ª Circunscrição Industrial.
Foi o primeiro Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz após a Revolução Republicana de 5 de Outubro de 1910.
Foi Presidente do Sindicato Agrícola de Reguengos de Monsaraz e do Grémio da Lavoura.
Proprietário.
[D.G.]
De acordo com a legislação em vigor.
Descrito por Duarte Galhós
Acesso limitado apenas à cópia digital.
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Nasceu em Reguengos de Monsaraz no dia 24 de Abril de 1810.
Filho de Tomás Inácio Ramalho (ou Tomás José Inácio [Ramalho]?) e de Gertrudes Mariana, aprendeu as primeiras letras e ainda o latim na sua terra natal. Concluiu depois, já em Évora, o Curso de Humanidades. Aos quinze anos foi para o Colégio das Artes, em Coimbra, frequentar o Curso Preparatório para entrada na faculdade, onde ingressou no ano lectivo de 1826/1827, no Curso de Direito.
Liberal convicto, de ideias firmes, alistou-se em Junho de 1828 num dos Batalhões Académicos que se formaram em Coimbra, rumando até à cidade do Porto para combater pelos ideais do liberalismo e juntar-se às forças revoltosas que pretendiam dar luta ao absolutismo miguelista.
Depois de uma mal sucedida Belfastada (desembarque de nobres exilados liberais no Porto, vindos de Inglaterra a bordo do vapor Belfast com o intuito de tomar a cidade aos miguelistas) foi obrigado a exilar-se na Galiza. Daqui partiria depois para a Inglaterra onde viveu uns meses amontoado com largas centenas de compatriotas nuns barracões existentes na cidade de Plymouth, conhecidos por Depósito Geral, em condições péssimas. Só no início de 1829 Inácio Ramalho saiu de Plymouth rumando até à Ilha Terceira, onde se juntou a um núcleo de liberais que mantinha o regime constitucional e a realeza de D. Maria II. Desembarcou na Terceira em 14 de Fevereiro desse ano.
Sob o comando do Conde de Vila Flor e Duque da Terceira (Severim de Noronha) participou, a partir da Terceira, em expedições às restantes ilhas do arquipélago, em especial Faial, em 19 de Abril de 1831, e S. Miguel, em 30 de Junho de 1831, tendo nesta combatido valorosamente na batalha da Ladeira da Velha. Depois de todo o arquipélago estar controlado pelos liberais foi da Ilha Terceira que Inácio Fiel Gomes Ramalho partiu numa esquadra de mais de 50 navios comandada pelo almirante britânico George Rose Sartorius (aos quais se reuniria a fragata Rainha de Portugal, que transportava D. Pedro IV, então como Duque de Bragança pois abdicara, ainda no Brasil, a favor de sua filha), integrado num valoroso grupo de homens que ficou conhecido pelo nome de 7500 Bravos do Mindelo (do qual também faziam parte Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Joaquim António de Aguiar, também conhecido por Mata-Frades, e José Maria Rojão). Este exército libertador desembarcou nas areias de Arnosa de Pampelido (praias do Lavre), perto do Mindelo, em 8 de Julho de 1832. No dia seguinte, de manhã, era tomada a cidade do Porto, apanhando de surpresa as forças miguelistas.
Durante a reacção absolutista (Cerco do Porto, que durou de Julho de 1832 a Agosto de 1833), Inácio Fiel Gomes Ramalho foi o último combatente a abandonar a bateria da Lomba (uma das muitas baterias defensivas espalhadas na cidade do Porto) no dia 29 de Setembro de 1832, data escolhida pelos miguelistas para desferir um ataque feroz aos sitiados. Por este e outros actos de bravura foi agraciado com a Ordem da Torre e Espada, de Valor, Lealdade e Mérito, por decreto de 19 de Novembro desse ano, distinção que não quis receber alegando que “cumpria apenas o seu dever e isso lhe bastava”.
Integrou ainda a expedição de 2500 homens ao Algarve, onde desembarcou, entre Cacela e Montegordo, em 24 de Junho de 1833. Daqui partiu a incursão liberal através do litoral alentejano que culminaria na tomada de Lisboa em 24 de Julho desse ano, rezando a imprensa eborense que terá sido Inácio Fiel Gomes Ramalho a dar as salvas do castelo de Almada, após a vitória liberal na batalha da Cova da Piedade, às quais responderam outras do Castelo de São Jorge, em Lisboa, sinal de regozijo e de que se podia avançar para a capital.
Inácio Fiel Gomes Ramalho toma posse, em Reguengos, do cargo de Provedor do Concelho de Monsaraz – para que fora nomeado por alvará de 3 de Julho de 1834 da Prefeitura da Província do Alentejo, sendo Prefeito interino Joaquim António da Costa Sobrinho Conselheiro – em 8 de Julho de 1834 e na presença do então Presidente da Câmara daquela vila, Tomás José Inácio Ramalho (seu pai?). Após a extinção dos cargos de Provedor do Concelho (em 1835, surgindo então os de Administrador do Concelho) regressa à vida académica, em Coimbra, retomando a frequência do curso interrompida em 1828. Obteve em 30 de Junho de 1837 as cartas de Bacharel.
Tendo fixado residência em Évora, foi Secretário Geral do Governo Civil entre Dezembro de 1838 e Abril de 1839 e entre Julho e Setembro de 1846.
Foi Presidente da Junta Geral do Distrito por oito vezes.
Vereador da Câmara Municipal de Évora em 1840-41 e 1842-43, e também de 28 de Maio de 1845 a 24 de Setembro de 1846.
Em 24 de Novembro de 1846 e até 1855 volta a pertencer à Câmara Municipal de Évora, sendo Presidente em 1852-53 e em 1854-55.
Exerceu advocacia em Évora sendo “habilíssimo, muito conciso e d’uma humbridade de carácter onde não existia nódoa alguma” e “pelas consultas que os seus patrícios lhe faziam no seu escritório não aceitou nunca remuneração alguma”.
Foi pai de Tomás Fiel Gomes Ramalho, o qual foi bibliotecário na Biblioteca Pública de Évora.
Faleceu em Évora no dia 6 de Novembro de 1891.
Na acta da reunião da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz de 9 de Novembro de 1891, presidida por José Maria de Carvalho, pode ler-se, no seguimento do elogio do falecido e da manifestação de um voto de condolências à família, a seguinte proposta feita pelo senhor Vereador João Janes e aprovada por unanimidade:
“E em seguida o Sr. Vereador Jannes propôs também, em homenagem a esse grande vulto que deixou de existir e para perpectuar o seu nome n’esta terra que o viu nascer, que se desse ao Largo da Igreja, onde existe ainda a casa em que viu a luz do dia esse nosso illustre patrício, a denominação de Largo Dr. Ignácio Ramalho.”
[A.M.]
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Filho de António Afonso da Costa (vereador da Câmara Municipal de Reguengos; faleceu a 10/10/1903) e de Josefa Angélica Garcia da Costa (falecida em 18/10/1905, com 61 anos). Nasceu em 1881. Faleceu em 1954, com 72 anos.
Irmão de António Afonso Garcia da Costa.
Em 1908, casou com Maria Angélica Lopes Perdigão Garcia da Costa, natural de Reguengos, filha de Inácio Augusto Madeira Perdigão e de Maria da Conceição Fernandes Lopes Perdigão.
Foi advogado (formado em Direito pela Universidade de Coimbra)
Presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, durante os períodos de 1923 a 1925 e de 1938 a 1954.
Em 27/4/1918 é nomeado Conservador do Registo Civil de Reguengos.
Em 20/2/1919, toma posse como Administrador do concelho de Reguengos.
[D.G.]
De acordo com a legislação em vigor.
Descrito por Duarte Galhós
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Nasceu em Mourão em 1801e faleceu em 1870. Filho de Marcos Gomes Rojão e de Antónia Maria Cortes.
Casou com Maria Jacinta Cordeiro Papança Rojão, filha de Joaquim Romão Mendes Papança e de Maria José Fernandes Mendes Papança. Casaram na capela particular de Joaquim Romão Mendes Papança.
José Maria Rojão era um liberal convicto, quer nas palavras, quer nos actos. Era estudante de direito em Coimbra quando rebentou a guerra civil em Portugal que opôs o Partido Constitucionalista de D. Pedro IV e de D. Maria II ao Partido Absolutista de D. Miguel. De mediato interrompeu os estudos e alistou-se no Batalhão Académico, onde mais tarde teve o posto de major, sendo condecorado pelo seu valor com a Cruz da Torre e Espada.
Desembarcou no dia 8 de Julho de 1832, incorporado no batalhão das tropas liberais no Mindelo, a norte da cidade do Porto. A esquadra organizada por D. Pedro IV contava com 60 navios e cerca de 7500 homens que estavam sob o comando do almirante britânico George Rose Sartorius. O desembarque permitiu às forças liberais tomar a cidade do Porto no dia seguinte, apanhando de surpresa o exército miguelista. José Maria Rojão, por este feito, ficou conhecido como um dos 7500 bravos do Mindelo …
Estabeleceu residência em Reguengos no ano de 1845 ou 1846.
Presidente da Câmara Municipal de Reguengos em 1841. Na sessão da Câmara de 16-02-1842, pediu a demissão do cargo em virtude de "… tendo-se aclamado a Carta Constitucional de 1826 como Lei Fundamental do Estado (…) e não podendo o declarante, senão quebrando sua convicção e carácter prestar tal juramento, resigna à cadeira de vereador e do lugar de Presidente".
A 27 de Abril de 1842, apresenta um ofício do Ministério do Reino pelo qual é empossado novamente do cargo de Presidente da Câmara de Vila Nova de Reguengos. Renuncia em Maio de 1842 e volta a ser Presidente em Julho do mesmo ano. Volta a ser eleito em 1845
[D.G.]
De acordo com a legislação em vigor.
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Série que integra as imagens das maiores figuras da ciência que fizeram história no concelho de Reguengos de Monsaraz.
De acordo com a legislação em vigor.
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Natural de Reguengos, nasceu a 13/7/1906, filho de António Jacinto Fernandes Piteira Gião e de mãe incógnita. Neto paterno de Domingos Rosado Piteira Gião e de Ana Luísa Godinho Piteira Fernandes Gião. Nasceu às 17.00 horas no n.º 28 da Rua Nova em Reguengos; foram padrinhos de baptismo (29/9/1906) Jaime Constantino Fernandes Leal e Marcolino Caeiro Guião.
Faleceu em Lisboa a 3 de Junho de 1969, mês e meio antes de completar 63 anos e encontra-se sepultado no cemitério de Reguengos.
António Gião casou em 1939 como se pode constatar de um documento do Cartório Notarial de Lisboa, datado de 14/3/1939, que traduz a certidão de casamento com Sophie Spira. Nesse documento, aparecem ambos como “sem profissão”. Não tiveram descendentes.
Em Évora, terminou o curso do liceu com a nota final de 19 valores e seguiu, depois, para a Universidade de Coimbra onde estudou durante dois anos, antes de se transferir em 1925 para Estrasburgo, cidade onde se matriculou no Instituto de Física do Globo e onde obtém o diploma de Engenheiro Geofísico.
Trabalha em alguns dos mais reputados estabelecimentos universitários e científicos europeus: Universidade de Bergen (Noruega); Universidades de Florença e Génova (Itália); Universidade de Dublin (Irlanda); Instituto Meteorológico Real da Bélgica; Oficio Nacional Meteorológico de Paris; Instituto Poincaré – Paris.
Em 1960 era professor catedrático de Mecânica e Astronomia na Faculdade de Ciências de Lisboa. Em 1963, organizou uma reunião da NATO sobre cosmologia em Lisboa, onde participaram várias figuras cimeiras da ciência mundial. A notoriedade internacional que atingiu valeu-lhe um convite para dar aulas no prestigioso MIT nos Estados Unidos.
A sua obra tem aberto novos e fecundos campos à investigação científica nos domínios da física teórica relativista e quântica, da física e da meteorologia, da mecânica de fluidos, da cosmologia e muito recentemente até da própria biologia molecular.
O Professor António Gião foi seguramente o reguenguense mais conhecido no seu tempo. O seu trabalho de investigação e as suas descobertas foram aplicados nos serviços meteorológicos de todo o mundo. Após a sua morte, a viúva, D. Sophie Spira Gião, doou à Sociedade Portuguesa de Autores, a Casa onde o Professor nasceu e viveu, hoje conhecida por Casa António Gião, incluindo o seu precioso recheio com a intenção de honrar e perpectuar a sua memória e para que nela se constitua um centro de convívio, de trabalho e de realizações culturais e cientificas, tais como seminários, conferências, colóquios, recitais, exposições e concertos.
[D.G.]
De acordo com a legislação em vigor.
Descrito por Duarte Galhós
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Nasceu em Torre de Coelheiros em 1 de Novembro de 1908. Aos 9 anos ficou órfão de pai e com essa idade mudou-se com a mãe para Évora, cidade onde fez os estudos liceais. Depois de um ano de preparação para o ingresso no ensino superior, feito no Porto, ingressou na Faculdade de Medicina de Lisboa. Após a formatura frequentou os Hospitais Civis de Lisboa e continuou a frequentar a Faculdade de Medicina, tendo ficado amigo de João Cid dos Santos, Juvenal Esteves, Castro Caldas e José Cutileiro (Pai), entre outros. Estabeleceu-se em Reguengos de Monsaraz, como médico de clínica geral, em 1938. Em 1947 aderiu ao MUD (Movimento de Unidade Democrática, organização política surgida em oposição ao Estado Novo em Outubro de 1945 e ilegalizada pelo regime em Janeiro de 1948 sob a acusação de ter fortes ligações com o Partido Comunista Português) tornando-se persona non grata do regime, tal como Fernando da Fonseca ou Azeredo Perdigão. Foi depois afastado de cargos da função pública durante anos, à semelhança do sucedido a Pulido Valente, Dias Amado, Prof. Celestino da Costa e muitos outros. Mais tarde foi-lhe permitido trabalhar no Hospital e nos serviços das Caixas de Previdência.
Do ponto de vista médico procurou sempre adquirir bagagem nas áreas de medicina mais importantes para um médico isolado no Alentejo. Tinha grande conhecimento das doenças infecciosas comuns e regionais. Praticava cirurgia de urgência não muito complicada, tratamento de traumatizados em acidentes com máquinas agrícolas e peritagem médica no Tribunal concelhio. Para isso mantinha-se extremamente actualizado como estudioso que era, não só assinando revistas como encomendando livros de Lisboa e de Londres, livrarias de que se tornou cliente de confiança.
Outra arte que muito lhe interessou dentro da medicina, por necessidades da população, foi a obstetrícia. Tinha dela um conhecimento actualizado o que conseguia frequentando diversos estágios no serviço do seu amigo e colega Prof. Castro Caldas, no Hospital de Santa Maria. Assim, no Anuário Estatístico de 1974, pode ver-se que Reguengos era um dos primeiros concelhos do país com maior número de partos medicamente assistidos.
Ainda estudante, a sua ligação à terra fá-lo começar a interessar-se pela história da região o que o leva a frequentar com assiduidade a Torre do Tombo da qual era director o ilustre paleógrafo e seu grande amigo Dr. João Martins da Silva Marques, que lhe faculta documentos importantes para a sua carreira de investigação como historiador. Por outro lado, o conhecimento de arqueólogos como o casal Leisner e, mais tarde, Afonso do Paço, influenciam o seu interesse pela arqueologia local.
Em 1962 publica uma das suas obras mais importantes: Monsaraz e seu termo: ensaio monográfico, repartido pelos números 2 e 3 do Boletim Anual de Cultura da Junta Distrital de Évora.
De toda a sua vasta obra publicada destacam-se ainda, por ordem cronológica:
• Castelo velho do Degebe (Reguengos de Monsaraz)
(Comunicação apresentada em conjunto com Afonso do Paço no 26º Congresso Luso-Espanhol para o Progresso das Ciências, Porto, 1962)
• A Cuba de Monsaraz (Évora, 1964, separata do Boletim A Cidade de Évora, nº 47)
• Monsaraz: vida, morte e ressurreição de uma vila alentejana (Lisboa, Casa do Alentejo, 1966)
• A igreja velha de Santo António dos Reguengos (Reguengos, Palavra, 1966)
• A ermida românica de Santa Catarina de Monsaraz (Évora, 1969, separata do Boletim Anual de Cultura da Junta Distrital de Évora, nº 8, 1967)
• Menires de Monsaraz: arqueologia e história (Lisboa, 1970, separata dos Anais da Academia Portuguesa da História, IX Série)
• Murmúrios em torno da história de Reguengos (Reguengos, Palavra, 1970)
• Arte rupestre de Monsaraz (Paris, 1972)
In Arquivos do Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian
• Menires de Reguengos de Monsaraz
(Comunicação apresentada nas 2ªs Jornadas da Associação dos Arqueólogos Portugueses, Lisboa, 1972)
• Descrição económica e política da vila de Monsaraz (Évora, Palavra, 1975)
• Defesa e Solar do Esporão no termo de Monsaraz (Évora, 1975, separata do Boletim A Cidade de Évora, nº 58)
• Roteiro de alguns megálitos da região de Évora (Évora, 1975, separata do Boletim A Cidade de Évora, nº 58)
• A jazida arqueológica da Horta da Arraieira (Évora, 1978)
• Monsaraz da Reconquista (Lisboa, 1979, separata dos Anais da Academia Portuguesa da História, II Série, vol. 25)
• O papel de Giraldo Sem Pavor na reconquista cristã da Península no século XII (Évora, Nazareth, s.d., conferência apresentada em 1980 no Grupo Pró-Évora)
• Templários em Monsaraz
(Separata dos Anuários de Estudos Medievales do Conselho Superior de Investigações Científicas, nº 11 (Barcelona, 1981)
• Dramática Montaria Real nos matos do Guadiana no século XIII (Reguengos, Palavra, 1982)
• Uma fermosa montaria de Príncipes nos matos da Serra de Portel no século XV (Reguengos, Palavra, 1983. Reeditada na revista Calibre 12: revista do caçador português, em Junho de 1998)
Foi colaborador e grande amigo do jornal Palavra, desde o início. Foi ainda colaborador da revista de caça e pesca Diana, onde incluiu em diversos números artigos a propósito das pescarias que fazia com os seus amigos Primo José Prego e Jaime Quintas.
Pertenceu à Academia Portuguesa da História, como sócio correspondente, à Associação dos Arqueólogos Portugueses, ao Instituto Português de Etnografia Dr. Leite de Vasconcelos, à Associação Brasileira de Etnografia e Folclore, como sócio correspondente, e ainda ao Centro Camuno de Estudos Pré-Históricos de Itália (Capo di Ponte).
Já após a sua morte a família recebeu o programa de The World Archaelogical Congress – The 11th Congress International Union of Prehistoric and Protohistoric Science (Southampton, Londres, 1 a 7 de Setembro de 1986), para onde estava convidado a participar na mesa redonda Cultural Relationships and General Pobles: Ibéria, sendo o único português convidado para esta Secção.
O seu interesse por Monsaraz levou-o com vários amigos, entre eles Dr. Mário Perdigão Garcia da Costa, Capitão António Maria Caeiro, Abel Caeiro, José Fernandes Caeiro, Dr. Francisco Caeiro Queimado, José de Sousa Rosado Fernandes, Prof. Rosado Fernandes, Dr. António Bustorff Silva, Dr. Armando Perdigão, Miguel Lopes da Silva, Eng. Carlos Martins Pereira, Carlos Manuel M. Pereira, Pe. António Júlio Nogueira e Guilherme Gião, à fundação do Grupo dos Amigos de Monsaraz, em 1972.
Todo o interesse e amor por Monsaraz, a sua dama, os trabalhos publicados, uma “cruzada de evangelização cultural ao serviço do futuro de Monsaraz” como ele próprio referiu num relatório do Grupo dos Amigos de Monsaraz de 1972, valeu-lhe que Túlio Espanca a ele se referisse como sendo o Cronista de Monsaraz.
Como homem sempre foi caracterizado pela sua frontalidade tendo defendido amigos, quer comunistas no Tribunal Plenário da Boa Hora, quer homens de direita como o Dr. Bustorff Silva numa emissão da RTP. E, sendo um agnóstico, tinha no fim da sua vida uma das suas maiores amizades no Pe. Luís Lopes Perdigão.
Faleceu em Reguengos de Monsaraz no dia 4 de Fevereiro de 1984.
Foi homenageado postumamente em 1988 na Casa António Gião, em Reguengos de Monsaraz, perante numerosa assistência, numa iniciativa da Sociedade Portuguesa de Autores. Na mesa que presidiu à sessão marcaram presença Túlio Espanca, Pe. Luís Lopes Perdigão, Prof. Victor Gonçalves e Prof. Joaquim Veríssimo Serrão.
Foi agraciado postumamente com a Medalha de Benemérito da Santa Casa da Misericórdia de Reguengos de Monsaraz, em 2000.
[A.M.]
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Filho de Manuel Fernandes Palma Júnior e de Inês Maria Fialho Cunha, nasceu no dia 12 de Julho de 1895 em Reguengos de Monsaraz.
Ingressou na Faculdade de Medicina de Lisboa onde iniciou o Curso Superior que terminou com média de dezasseis valores e especializando-se em oftalmologia. Regressado a Reguengos contraiu matrimónio em 5/7/1924 com Maria da Purificação Moniz Simões Palma, natural de Reguengos, onde nasceu a 12/5/1901, filha de Serafim Braz Simões e de Josefa Augusta Moniz.
Tiveram como filhos:
- Maria de Lurdes Moniz Simões Palma
- Fernando Moniz Simões Palma, que casou em 30/5/1927 com Maria Helena Vargas Faustino Fontes
- Orlando Moniz Simões Palma
- Rolando Moniz Simões Palma
Foi nomeado no dia 18 de Outubro de 1924 para o cargo de Médico Municipal do concelho de Reguengos de Monsaraz, do partido médico com sede em São Pedro do Corval. Foi transferido, a seu pedido, para o partido médico de Reguengos de Monsaraz a 10 de Janeiro de 1946. Jacinto Fernandes Palma foi também médico na Santa Casa da Misericórdia de Reguengos de Monsaraz e Director do Dispensário Antituberculosa ali existente. Foi ainda médico das Casas do Povo, da Guarda Republicana e das Escolas Primárias.
Faleceu em 1968, vítima de cancro, na clínica Montepio Rainha D. Leonor, nas Caldas da Rainha.
[D.G.]
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Nasceu no Monte do Outeiro, freguesia de São Marcos do Campo, no dia 20/5/1881. Filho de José Pedro dos Santos Vogado e de Rosa Maria Fialho Vogado.
Em 1908 licenciou-se em medicina na Faculdade de Medicina de Lisboa.
Casou com Maria Inês da Costa Sereto Vogado, natural de Reguengos, filha de José Rosado Sereto e de Maria Gertrudes da Costa Estanislau Sereto.
Em 1/2/1927 toma posse como Subinspector de Saúde no concelho de Reguengos. Durante 37 anos desempenharia o cargo de médico municipal e de subdelegado de saúde em Reguengos.
Enquanto cidadão envolveu-se na gestão da Sociedade Filarmónica Harmonia Reguenguense e do Clube Reguenguense.
Faleceu a 14/12/1945.
[D.G.]
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Série que integra as imagens das maiores figuras da escrita que fizeram história no concelho de Reguengos de Monsaraz.
De acordo com a legislação em vigor.
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O Dr. José Rosa Sereto nasceu em Reguengos de Monsaraz a 28 de Janeiro de 1913 e faleceu a 17 de Fevereiro de 1983. Formou-se em Direito na Faculdade de Lisboa e exerceu sucessivamente na sua terra as funções de chefe de secretaria do Tribunal até à sua reforma aos 69 anos. Foi também o primeiro presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz após o 25 de Abril de 1974, cargo que ocupou até ao final do ano de 1976. Politicamente era presidente da Secção local do PS e candidato a deputado pelo círculo de Évora. Intelectualmente, foi um homem superiormente cultivado, notável conversador, possuidor de uma memória espantosa e de um insaciável poder de leitura. Mas foi também um brilhante poeta, onde se salientava uma das suas mais destacadas facetas: o seu lirismo e humorismo.
Penso que foi José Pires Gonçalves quem melhor o descreveu: “Por debaixo de uma carapaça de burguês ocultava-se um homem sensível a situações de injustiça social. Sob a aparência de uma vida materialista e prosaica albergava-se uma fina sensibilidade de artista e poeta”. A sua vasta e variada cultura humanista era assombrosa e nada o impedia de se sentar, solitariamente, à mesa de um café, a “abarrotar” de gente, a ler e a deliciar-se nos versos de um poema, como se mais nada existisse à sua volta, excepto aquele livro, aquele poema …
Aliás, José Rosa Sereto era possuidor de uma das melhores bibliotecas particulares do nosso concelho, fruto da sua vasta cultura e que hoje se encontra na Biblioteca Municipal de Reguengos de Monsaraz.
Pires Gonçalves recorda ainda o homem e o poeta nas suas bucólicas tardes lisboetas, juntamente com Octávio Durão e Arquimínio Barbudo, onde discutiam as novidades literárias e cinematográficas, sentados numa mesa do Café Martinho. Estes “Três Mosqueteiros” de Reguengos, como se autodenominavam e se faziam retratar, reuniam-se periodicamente após a conclusão dos seus estudos e ao longo das suas vidas profissionais. Os reatratos que tiraram em quatro momentos diferentes da vida serviram para estes homens valorizar as destruições que o tempo lhes ia rasgando na pele e nas profundezas da alma. As quatro estações da vida de três grandes criadores de sonhos, cuja nobreza dos seus ideais humanistas fizeram jus às personagens de Alexandre Dumas criou e que eles souberam sempre dignificar.
[Jornal Palavra]
De acordo com a legislação em vigor.
Descrito por Duarte Galhós
Acesso limitado à cópia digital.
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Filho de Joaquim Romão Mendes Papança e de Maria Gregória de Évora Macedo, nasceu em Reguengos de Monsaraz a 20 de Julho de 1852.
Passou a infância na Quinta das Vidigueiras e fez os estudos secundários na Escola Académica de Lisboa. Em 1869, com 17 anos, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde obteve o grau de Bacharelato (1874).
Ingressou na vida política como militante do Partido Progressista liderado por Anselmo Braancamp, tendo sido eleito deputado pelo círculo de Évora em 1886. Tomou posse como Par do Reino, na Câmara Alta, em 17 de Março de 1898.
Poeta com vários livros escritos, dos quais sobressai Musa Alentejana e Crepusculares. Outros títulos foram: Catarina de Ataíde, Páginas Soltas, Do Último Romântico, entre muitos outros.
Casou em 1888 com Amélia Augusta Fernandes Coelho Simões, filha de Joaquim António Simões (nasceu a 3/10/1818; faleceu a 14/2/1905), grande proprietário e negociante da Figueira da Foz e também membro do Partido Progressista. Deste casamento, nasceu, a 28 de Fevereiro de 1889, o único filho, Alberto de Monsaraz (casado com Maria Luísa Monsaraz).
Após a morte do Conde de Monsaraz, Amélia Augusta casou com António Lopes Guimarães Pedrosa, professor aposentado de Direito da Universidade de Coimbra.
A 17 de Janeiro de 1884, foi concedido a António de Macedo Papança, por Decreto de D. Luís, o título de Visconde de Monsaraz. D. Carlos, por Decreto de 3 de Janeiro de 1890, concedeu-lhe o título de Conde de Monsaraz.
Em 1900 foi nomeado embaixador-delegado português no Congresso da Paz
Monárquico convicto, Macedo de Papança exilou-se voluntariamente na Suíça e depois em França, após a proclamação da Republica em Portugal, tendo regressado ao país na Primavera de 1913. Pouco depois, no dia 17 de Julho desse ano, falecia na sua residência em Lisboa.
[D.G.]
De acordo com a legislação em vigor.
Descrito por Duarte Galhós
Acesso limitado à cópia digital.
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Série que integra as imagens das maiores figuras que no mundo das artes fizeram história no concelho de Reguengos de Monsaraz.
De acordo com a legislação em vigor.
Descrito por Duarte Galhós
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Alberto Fialho Janes nasceu no dia 13 de Março de 1909 na casa número 1 da Praça de Santo António. Filho de Armando Alonso Janes e de Maria do Carmo Janes Garcia. Foi baptizado pelo Prior João Alberto do Espírito Santo e Silva no dia 16 de Julho de 1909, sendo padrinho Alberto Janes Garcia Fialho e madrinha Vicência Janes Morais Santos.
Casou em Reguengos de Monsaraz no dia 8 de Dezembro de 1938 com Maria de Lourdes Cordeiro Ramos de Figueiredo. Desse casamento nasceram dois filhos: Marília do Carmo e Carlos Alberto de Figueiredo Janes.
Alberto Fialho Janes faleceu no dia 23 de Outubro de 1971 em Oeiras, onde então residia.
Depois de estudar na Escola Superior de Lisboa e em Coimbra acabou por se licenciar em Farmácia na Faculdade de Farmácia do Porto, em 1938. Estabeleceu-se em Reguengos como proprietário de uma farmácia que já era do pai.
Alberto Janes ficou e é conhecido mundialmente pelos poemas e músicas de que foi autor. A sua veia artística era imensa, desde pequenino. Ele próprio se caracterizava assim em 1968: “Era um pândego com muita habilidade para a música. Quando os meus pais me mandaram aprendê-la, mal ouvia uma melodia tocava-a logo – não precisava de papel. Isto aliado à preguiça e nunca aprendi. E só mais tarde e por conta própria o vim a fazer – para não ter de pedir aos amigos para passarem ao papel as minhas músicas.” Eram frequentes os encontros com amigos no Café Central, em Reguengos de Monsaraz, onde Alberto Janes tocava e compunha, animando a tardes e os serões. “Pegava em qualquer instrumento e ia discorrendo, tocando o que compunha de improviso” referia ele na entrevista dada em 1968 ao periódico Diário de Lisboa.
Alberto Janes prontificou-se um dia, nos anos 50 do século passado, a levar um fado a Amália Rodrigues, no seguimento duma conversa havida em Reguengos com um amigo comum aos dois. Lá “apareceu timidamente com umas partituras debaixo do braço… disse que tinha ‘umas coisas’ que achava que eram boas para que cantasse… Quem rodeava Amália nesse dia teve uma opinião negativa acerca de Alberto Janes… que era um desconhecido, que a música dele não dava para Amália cantar, etc… Contudo, Amália, com o seu ‘olho clínico’, a sua sensibilidade, contrariou essas opiniões e gravou o ‘Foi Deus’. Seguiram-se outros tantos trechos, o célebre ‘Vou dar de beber à dor’, o ‘É ou não é’, o ‘Il mare é amico mio’,o ‘Caldeirada’ que , tal como Amália vaticinara, seriam sucessos em qualquer parte do mundo. Efectivamente, todos esses trechos de Alberto Janes, deram a Amália ‘discos de platina’…” [adaptado de texto contido no blogue “Guardada numa Caixinha de Música”]. E foi a partir desta visita a casa de Amália Rodrigues que Alberto Fialho Janes saltou para a ribalta do mundo do fado: “Se há alguma coisa a descobrir em mim foi a Amália que o fez. O que sou, se sou alguma coisa, devo-o, claro, à habilidade natural que tenho e à Amália: se não fosse esta nunca chegaria a ser conhecido no aspecto artístico.”, refere Alberto Janes na entrevista citada.
Após o êxito de “Foi Deus”, aliado a problemas de ordem familiar e financeira, Alberto Janes muda nos anos 60 do século passado a sua residência para Oeiras, após vender a sua farmácia de Reguengos. Foi professor de Ciências na Escola Técnica do Cacém e foi, durante cerca de 10 anos, Director da Farmácia Estácio, em Lisboa
[Jornal Palavra]
De acordo com a legislação em vigor.
Descrito por Duarte Galhós
Acesso limitado apenas à cópia digital.
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Nasceu em Évora em 01-04-1908 na Rua de Oliveira, filho de José de Jesus da Rocha Espanca e de Maria Rosa Alberto Rosado, família geradora de valores, filhos que se distinguiram na cultura e nas artes como o irmão Túlio Espanca e ligados à poetisa Florbela Espanca que nos vem sempre à memória quando neles falamos.
Desde criança que se dedicou à pintura como autodidacta e enquanto residente em Évora, por volta do ano de 1942 dedicou-se à feitura de “cartazes de cinema” para anunciar os filmes com caricaturas dos mais afamados actores da época, bem como retratos e apontamentos das cenas mais expressivas. Estes cartazes eram expostos na Praça do Giraldo, vistos e apreciados por muitas pessoas e, quando falava sobre estes cartazes, Demóstenes Espanca ria-se e, na sua simplicidade, referia-se aos mesmos como um “divertimento da sua juventude”, algo sem importância.
Empregado numa loja de fazenda veio a Reguengos de Monsaraz fazer uma feira, isto é, ajudar nas vendas numa loja por causa do movimento, acabando por ficar no estabelecimento “Braz e Braz” nos anos de 1948/49, transitando mais tarde para o Grémio da Lavoura de Reguengos de Monsaraz como escriturário, fixou residência nesta cidade onde desposou a Sra. D. Rosa dos Anjos Gonçalves Espanca.
Recordo Espanca de fato domingueiro, chapéu ao lado, afável, convívio simples, em amena cavaqueira nos encontros no Café Central. Era grande amigo do Padre Lopes Perdigão, pároco desta freguesia, e do Dr. José Pires Gonçalves partilhando com estes um amor comum: a Vila de Monsaraz. Ocupou o cargo de Presidente da Junta de Turismo de Monsaraz desde Agosto de 1975, dedicando-se desinteressada e apaixonadamente à promoção turística da velha Vila quando esta era apenas um projecto para o futuro. No concelho de Reguengos de Monsaraz, Demóstenes Espanca é uma figura referencial, um marco que lutou para que se abrissem os primeiros caminhos para a projecção de Monsaraz através da sua pintura, explorando todos os lindos recantos num forte colorido de que se destacam os “brancos solarengos” da cal das paredes do casario.
As suas pinturas ilustraram e imortalizaram Monsaraz através de uma técnica realística, minuciosa nas cambiantes de colorido tão próprio deste Alentejo e figuras típicas da região como “Velho Pirolito”, “Velho Amieira”, “Borda”. Também fez caricaturas de personagens destacadas deste concelho que legou à Santa casa da Misericórdia.
Participou em várias exposições colectivas em Évora, Estremoz, Lisboa, Reguengos de Monsaraz sendo distinguido com vários prémios. Está representado em colecções particulares e, após o seu desaparecimento, é de salientar que os seus quadros são muito procurados. A última exposição foi na sua querida vila de Monsaraz em 24-07-93 onde foi homenageado pela Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz.
Faleceu a 06 de Novembro de 1993.
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Série que integra as imagens dos maiores proprietários agrícolas do concelho de Reguengos de Monsaraz.
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Nasceu no Monte da Amancoca, na freguesia de São Vicente de Valongo (Évora). Morreu em Reguengos no início do século XX.
Filho de Domingos Rosado Gião e de Francisca da Silva Rico Gião.
Casou em primeiras núpcias com Maria Jacinta Godinho Fernandes e, posteriormente, com Angélica Teodora Fernandes Gião.
Presidiu à Câmara Municipal de Reguengos no ano de 1867, nas ausência de José Maria Rojão. Eleito para presidente da Câmara de Reguengos no biénio de 1866-1867.
Proprietário.
[D.G.]
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Nasceu no Monte do Piornal e faleceu no Monte do Poço em 1888. Filho de Bernardino Rosado Gião e de Josefa Rita Piteira Ramalho.
Foi vereador efectivo da Câmara Municipal de Reguengos nos anos de 1878-1879 e 1886.
Proprietário.
[D.G.]
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